sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Como devemos viver a Quaresma

Neste tempo especial de graças que é a Quaresma devemos aproveitar ao máximo para fazermos uma renovação espiritual em nossa vida. O Apóstolo São Paulo insistia: "Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!" (2 Cor 5, 20); "exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação." (2 Cor 6, 1-2).

Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. Daí surgiu a Quaresma.

Na Quarta-Feira de Cinzas, quando ela começa, os sacerdotes colocam um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis na Missa. O sentido deste gesto é de lembrar que um dia a vida termina neste mundo, "voltamos ao pó" que as cinzas lembram. Por causa do pecado, Deus disse a Adão: "És pó, e ao pó tu hás de tornar". (Gênesis 2, 19)

Este sacramental da Igreja lembra-nos que estamos de passagem por este mundo, e que a vida de verdade, sem fim, começa depois da morte; e que, portanto, devemos viver em função disso. As cinzas humildemente nos lembram que após a morte prestaremos contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens, etc.

Esses quarenta dias, devem ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola ('remédios contra o pecado'). É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a vida dos Santos, viver um pouco de mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos, a TV, alguma diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as fraquezas da carne.

Na Oração da Missa de Cinzas a Igreja reza: "Concedei-nos ó Deus todo poderoso, iniciar com este dia de jejum o tempo da Quaresma para que a penitência nos fortaleça contra o espírito do Mal".

Sabemos como devemos viver, mas não temos força espiritual para isso. A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim.

Quaresma é um tempo de "rever a vida" e abandonar o pecado (orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, pornografia, sexismo, gula, ira, inveja, preguiça, mentira, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: "Vigiai e orai, porque o espírito é forte mas a carne é fraca".

Embora este seja um tempo de oração e penitência mais profundas, não deve ser um tempo de tristeza, ao contrário, pois a alma fica mais leve e feliz. O prazer é satisfação do corpo, mas a alegria é a satisfação da alma.

Santo Agostinho dizia que "o pecador não suporta nem a si mesmo", e que "os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria". A verdadeira alegria brota no bojo da virtude, da graça; então, a Quaresma nos traz um tempo de paz, alegria e felicidade, porque chegamos mais perto de Deus.

Para isso podemos fazer uma confissão bem feita; o meio mais eficaz para se livrar do pecado. Jesus instituiu a confissão em sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da Ressurreição (Jo 20,22) dizendo-lhes: "a quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados". Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência.

Jesus quis que nos confessemos com o sacerdote da Igreja, seu ministro, porque ele também é fraco e humano, e pode nos compreender, orientar e perdoar pela autoridade de Deus. Especialmente aqueles que há muito não se confessam, têm na Quaresma uma graça especial de Deus para se aproximar do confessor e entregar a Cristo nele representado, as suas misérias.

Uma prática muito salutar que a Igreja nos recomenda durante a Quaresma, uma vez por semana, é fazer o exercício da Via Sacra, na igreja, recordando e meditando a Paixão de Cristo e todo o seu sofrimento para nos salvar. Isto aumenta em nós o amor a Jesus e aos outros.

Não podemos esquecer também que a Santa Missa é a prática de piedade mais importante da fé católica, e que dela devemos participar, se possível, todos os dias da Quaresma. Na Missa estamos diante do Calvário, o mesmo e único Calvário. Sim, não é a repetição do Calvário, nem apenas a sua "lembrança", mas a sua "presentificação"; é a atualização do Sacrifício único de Jesus. A Igreja nos lembra que todas as vezes que participamos bem da Missa, "torna-se presente a nossa redenção".

Assim podemos viver bem a Quaresma e participar bem da Páscoa do Senhor, enriquecendo a nossa alma com as suas graças extraordinárias; podendo ser melhor e viver melhor.
Foto Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de aprofundamentos no país e no exterior, escreveu mais de 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: "Escola da Fé" e "Trocando Idéias". Saiba mais em Blog do Professor Felipe Site do autor: www.cleofas.com.br

Tempo da Quaresma

Tempo da Quaresma

A quaresma tem seu inicio na quarta-feira de cinzas e seu término ocorre na Sexta-feira santa, até a celebração da Missa da Ceia do Senhor Jesus Cristo com os doze apóstolos... os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão, a conversão espiritual. Ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual. Os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais.A quaresma vai a até a páscoa quando o Senhor ressucita.

Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência para preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo, Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Assim, retomando questões espirituais, simbolicamente o cristão está renascendo, como Cristo. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa. Cada doutrina religiosa tem seu calendário específico para seguir. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa penitência. O roxo no tempo da quaresma não significa luto e sim simboliza que a igreja está se preparando espiritualmente para a grande festa da páscoa, a ressurreição de Jesus Cristo.
Cerca de duzentos anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C., a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias. Assim surgiu a Quaresma.

Dom Odelir José Magri


6° Bispo de Sobral: Dom Odelir José Magri


Dom Odelir José Magri nasceu em 18 de abril de 1963, na cidade de Campo Erê, Santa Catarina. Após os estudos preparatórios, em 26 de junho de 1988, emitiu a profissão religiosa na Congregação dos Combonianos.
Completou os estudos de Filosofia e Teologia em Paris, obtendo licenciatura em Filosofia. Em 18 de outubro de 1992, recebeu a ordenação.
Entre 1992 e 1996, atuou no Congo onde, em 1996, foi formador dos Postulantes. De volta ao Brasil, em São Paulo e Minas Gerais, exerceu diversas funções.
Desde 2003 é assistente-geral da Congregação em Roma e, desde 2009, vigário-geral dos Combonianos.

Dom Odelir José Magri


5º Bispo de Sobral: Dom Antônio Fernando Saburido


Dom Antônio Fernando Saburido
Filho de Pedro Antônio Saburido e de Severina Gomes Saburido, D. Antônio Fernando Saburido nasceu aos 10 de junho de 1947, no distrito de Juçaral, município de Cabo de Santo Agostinho-PE, Concluiu os estudos primários na cidade de Vitória de Santo Antão-PE e os estudos secundários no Seminário Menor da Imaculada Conceição da Arquidiocese de Olinda e Recife. Cursou o Ensino Médio (científico) no mesmo Seminário Menor e no Colégio Estadual Oliveira Lima. Depois de trabalhar por oito anos num estabelecimento comercial de Recife, ingressou para a vida monástica, em 1975, no Mosteiro de São Bento de Olinda-PE, em cuja Escola Teológica concluiu os cursos de Filosofia e Teologia.
Emitiu a primeira profissão religiosa aos 21 de março de 1978 na Ordem Beneditina e, em 1981, a profissão Solene e a Consagração Monacal. Foi ordenado sacerdote aos 17 de dezembro de 1983.

Exerceu, como padre, os seguintes ministérios: 
  • Ecônomo do Mosteiro de São Bento de Olinda, de 1980 a 1988
  • Vigário paroquial na Paróquia de Santa Terezinha, em Bonança-PE e Administrador Paroquial na Paróquia de Nossa Senhora de Guadalupe, em Olinda.
  • Em junho de 1989 foi nomeado Administrador Paroquial e, sucessivamente, Pároco da Paróquia de São Lucas, em Olinda.
  • Em 1988 foi nomeado Vigário Geral e Coordenador de Pastoral da Arquidiocese de Olinda e Recife.
  • Foi Capelão do Hospital do Câncer em Recife de 1991 a 1999
  • Em 1995 foi nomeado Bispo de Tartia Montana e Auxiliar de Olinda e Recife
  • Entre 2002 e 2005 foi presidente do Regional Nordeste II da CNBB
  • Em 18 de maio de 2005 foi nomeado Bispo Diocesano de Sobral. Lema: Secundum Verbum Tuum.

4º Bispo de Sobral: Dom: Aldo de Cilo Paggoto


Dom Aldo de Cilo Paggoto
Tendo sido nomeado bispo coadjutor, com direito à sucessão, D. Aldo assumiu como titular desta diocese no dia 18 de março de 1998, constituindo-se no quarto bispo de Sobral. Nasceu em São Paulo, no dia 16 de setembro de 1949. Os pais, Ângelo e Rosa, eram filhos de imigrantes italianos.
Foi ordenado padre nos dia 7 de dezembro de 1977, pelas mãos de Dom José Eugênio Corrêa, em Caratinga (MG). Como padre, membro da Congregação dos Sacramentinos, serviu a Igreja em Caratinga, Uberaba (MG), São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza e Recife. Dom Aldo foi ordenado bispo no dia 31 de outubro de 1997, por Dom Cláudio Hummes, então Arcebispo de Fortaleza e hoje Cardeal.
Durante seis anos de profícuo trabalho, D. Aldo presidiu, concomitantemente, a Regional Nordeste I da CNBB e reorganizou administrativa e eclesialmente a Diocese. O seu ministério episcopal caracterizou-se pelo fiel seguimento às orientações emanadas pela Santa Sé. Carismático, culto e inteligente, imprimiu nova postura pastoral à Diocese.
Fez ressurgir o Seminário São José, construindo um prédio novo, adaptado à realidade hodierna.
Trabalhando em conjunto com a Prefeitura Municipal e a UVA deu apoio decisivo para a criação dos cursos de Direito e Medicina, em Sobral, disponibilizando, no caso da Medicina, a Santa Casa de Misericórdia e o Hospital do Coração para aulas práticas e estágio dos alunos.
D. Aldo defendeu ardorosamente o curso de Filosofia, com o apoio de D. Javier Arnedo, bispo de Tianguá, hoje uma feliz realidade. Em 05 de maio de 2004, foi nomeado arcebispo da Arquidiocese de João Pessoa, na Paraíba. Lema: “Um só Corpo e um só Espírito”.

3º Bispo de Sobral: Dom Walfrido Teixeira Vieira


Dom Walfrido Teixeira Vieira
O terceiro bispo de Sobral foi D. Walfrido Teixeira Vieira. Filho de Galdino Feliciano Vieira e Honorina Teixeira Vieira, nasceu no dia 17 de dezembro de 1921, em Jaguaquara-BA. Estudou o primeiro grau em Jaguaquara e o segundo grau no Seminário Menor São José, em Salvador. Fez o curso superior de Filosofia e Teologia no Seminário Santa Teresa, em Salvador. Sua ordenação presbiteral se realizou em Amargosa-BA, aos 29 de junho de 1946. Desde sua ordenação sacerdotal ocupou os cargos de secretário do bispado de Amargosa, reitor do Seminário Nossa Senhora do Bom Conselho de Amargosa; capelão das irmãs sacramentinas, professor do Ginásio e Escola Normal Santa Bernadete e diretor da Escola Técnica de Comércio, em Amargosa.
Sua nomeação episcopal se deu aos 15 de março de 1961, como bispo titular de Lauranda e bispo auxiliar do Cardeal Arcebispo de Salvador. Sua ordenação episcopal se realizou em Salvador, aos 26 de junho de 1961, por D. Augusto Álvaro da Silva. Exerceu o cargo de bispo auxiliar de Salvador de 1961 a 1965. Foi nomeado bispo diocesano de Sobral pelo Papa Paulo VI, aos 06 de janeiro de 1965, vindo a tomar posse dessa diocese no dia de São José do referido ano.
Durante 33 anos governou esta diocese com zelo apostólico e dedicação. Revestido de duas virtudes fundamentais para o pastoreio, humildade e mansidão, cativou a simpatia de seu clero e diocesanos. Seu longo episcopado foi marcado pelo implemento das transformações provocadas na Igreja pelo Concílio Vaticano II e pelas Conferências de Puebla e Medelin, adequando-a ao mundo moderno, pela valorização do trabalho leigo e pela opção preferencial pelos pobres.
Dentro desse espírito, fomentou ações de assistência à saúde e à educação, voltadas para os excluídos. Apoiou a Faculdade de Filosofia e, com a criação de nossa Universidade, cedeu os prédios do antigo Seminário São José e do Colégio Sobralense para neles funcionar, gratuitamente, por mais de uma década, a novel universidade.
Renunciou o governo desta diocese em 17 de março de 1998.
Continuou morando em Sobral, passando três anos como Bispo Emérito, recebendo o título de Doutor Honoris Causa da UVA, e o título de cidadão sobralense da Câmara Municipal de Sobral.
 Depois de sua jornada na terra, toda consagrada ao Senhor e à sua Igreja, faleceu em Sobral, aos 09 de novembro de 2001. Lema: Secundum Verbum Tuum

2º Bispo de Sobral: Dom Mota


Dom João José da Motta e Albuquerque
O segundo bispo de Sobral foi o pernambucano D. João José da Motta e Albuquerque, nomeado pelo Papa João XXIII. Filho de José Feliciano da Motta e Albuquerque e Aline Ramos, nasceu em Recife-PE, aos 27 de março de 1913. Fez o primeiro grau em Nazaré da Mata e o segundo grau, o curso de filosofia e teologia no Seminário de Olinda. Foi ordenado padre aos 28 de abril de 1935, em Nazaré da Mata. Como padre, desempenhou as seguintes funções: capelão de casas de religiosas, pároco de Nazaré da Mata, pró-Vigário Geral da Diocese de Nazaré da Mata, diretor do Colégio São José; secretário do bispado de Nazaré da Mata. Sua ordenação episcopal ocorreu também em Nazaré da Mata, aos 28 de abril de 1957.
Foi bispo de Afogados da Ingazeira-PE, de 1957 a 1961; nomeado bispo de Sobral-CE pelo Papa João XXIII, tomou posse dessa diocese no dia 21 de maio de 1961, ocupando este cargo até 15 de julho de 1964, quando foi designado para a Arquidiocese de São Luís, no Estado do Maranhão.
Em sua curta passagem como bispo de Sobral, D. Mota participou do Concílio Vaticano II, dedicando-se ativamente aos trabalhos conciliares. Ao regressar de Roma, procurou adaptar as pastorais da diocese às orientações do Concílio; organizou as paróquias, agrupando-as em regiões pastorais; incentivou a missa dominical para o povo e levou a Palavra de Deus para o interior; lutou pela criação e implantou a Diocese de Tianguá. Lema: In manus tuas.
Faleceu aos 12 de setembro de 1987.

1º Bispo de Sobral: Dom José


O primeiro bispo de Sobral foi D. José Tupinambá da Frota. Filho de Manuel Artur da Frota e Raimunda Artemísia Rodrigues Lima, nasceu em Sobral, no dia 10 de setembro de 1882. Fez os estudos primários na cidade natal, vindo a concluir o curso secundário no seminário de Salvador.Em Roma fez os cursos de Filosofia e Teologia, sempre com brilhantismo. De lá voltou Doutor nessas duas matérias. Na Cidade Eterna foi ordenado padre, no dia 29 de outubro de 1905. Em 1906, ao voltar ao Brasil, trabalhou inicialmente em Sobral, ajudando o Pe Diogo, seu tio, nos afazeres paroquiais. Em 1907, atendendo o convite de D. José de Camargo Barros, lecionou Teologia Dogmática, Ética e Liturgia no Seminário da Ipiranga, em São Paulo. Em 1908, foi nomeado por D. Joaquim, vigário da Paróquia de Sobral, onde fixou

residência.

Dom José Tupinambá da Frota 
Durante os oito anos em que esteve à frente desta paróquia, deu provas de seu dinamismo empreendedor, raro talento administrativo e admirável piedade pastoral: melhorou e embelezou a Matriz, estruturou a catequese, deu nova vida às associações religiosas, dignificou os atos litúrgicos e fundou um dispensário, dedicando-se aos pobres e enfermos.
Com a criação da Diocese de Sobral, em 10 de novembro de 1915, pelo Papa Bento XV, foi nomeado como seu primeiro bispo. Sua sagração episcopal teve lugar na Bahia no dia 29 de junho de 1916, aos 33 anos de idade, por D. Jerônimo Thomé da Silva, arcebispo primaz da Bahia. Sua posse nesta diocese se deu no dia 22 de julho do mesmo ano. Em seu longo episcopado foi considerado, pelo conjunto de sua obra eclesial, política, cultural e administrativa, o segundo fundador de Sobral. Quis fazer de sua cidade uma nova Roma, equipando-a de aparato multiforme, constituído pelo Seminário São José, na Betânia, os colégios Sant’Ana e Sobralense, a Santa Casa de Misericórdia, o jornal Correio da Semana, o Abrigo Sagrado Coração de Jesus, o Banco Popular e o Museu Diocesano. Ortodoxo, de moral ilibada, nunca descurou do seu rebanho, dedicando-se com desvelo à sua missão. Foi o maior benfeitor da cidade de Sobral. Durante 51 anos, dos quais 8 como vigário e 43 como bispo, foi o chefe, o líder, o pai espiritual da comunidade sobralense.
Escreveu e publicou dois livros: “História de Sobral” e “Traços biográficos de Manuel Artur da Frota”. Faleceu no dia 25 de setembro de 1959, aos 77 anos de idade. Foi sepultado no pavimento da Capela do Santíssimo, na Catedral, a seu pedido, sob um epitáfio esculpido em mármore, com essas palavras: “Ad pedes Domini pie requiescat”. Seu lema: “Opportet illum regnare”.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Shalom de Massape


Esteve a comunidade Shalom de Massapê realizando um retiro espiritual em Sobral de 18 a 21 de fevereiro de 2012, tendo visto o período de Carnaval. Foi o Vem Louvar 2012, com o Bote fé, que recebeu a Cruz da jornada Mundial da Juventude. Melhor impossível todos ficaram maravilhados com este e outros momentos ímpares neste retiro.

Deus habita na alma que está em graça

Deus habita na alma que está em graça
2012-02-23 11:33:00
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Há um efeito da graça santificante que excede infinitamente a própria graça: a inabitação da Santíssima Trindade na alma do justo.

É uma das verdades mais claramente manifestas no Novo Testamento: "Se alguém me ama, guardará minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos a ele e nele faremos nossa morada"(Jo 14,23).
"Deus é caridade, e o que vive em caridade permanece em Deus, e Deus nele" (1 Jo,4,16).
"Não sabeis que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá. Porque o templo de Deus é sagrado - e isto sois vós"(1 Cor3,16-17).
Como se vê, a Sagrada Escritura emprega várias fórmulas para exprimir a mesma verdade: Deus habita na alma que está em graça. Essa inabitação é atribuída ao Espírito Santo que é o Amor essencial no seio da Santíssima Trindade.
Com muita clareza o grande teólogo Pe. Antonio Royo Marín, OP, resume a essência dessa inabitação da Santíssima Trindade na alma do justo: "No cristão, a inabitação equivale à união hipostática na pessoa de Cristo, se bem que não seja ela, mas sim a graça santificante, a que nos constitui formalmente filhos adotivos de Deus. A graça santificante penetra e embebe formalmente nossa alma, divinizando-a. Mas a divina inabitação é como a encarnação em nossas almas do absolutamente divino: do próprio ser de Deus tal como é em si mesmo, uno em essência e trino em pessoas"(Fr. Antônio Royo Marín OP, Somos hijos de Dios, BAC, Madrid, 1977, p. 48).
Para compreender a divina inabitação na alma, assinalaremos as diversas formas de presenças de Deus:
1. Presença pessoal ou Hipostática
É própria e exclusiva de Jesus Cristo enquanto homem. N'Ele a pessoa divina do Verbo não reside como em um templo, mas constitui sua própria personalidade. Apesar de existir n'Ele duas naturezas, a divina e a humana, Nosso Senhor Jesus Cristo possui uma só personalidade: a divina.
2. Presença Eucarística
"No augusto Sacramento da Santa Eucaristia, depois da consagração do pão e do vinho, Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, está presente verdadeira, real e substancialmente, sob a aparência destas realidades sensíveis" (DS 1651).
O ubi eucarístico afetando de modo direto e imediato o corpo de Cristo, afeta também as três Pessoas da Santíssima Trindade: o Verbo, por sua união pessoal com a humanidade de Cristo, e o Pai e o Espírito Santo, em virtude da divina circunsessão ou presença mútua das três divinas Pessoas entre Si, que as faz absolutamente inseparáveis.
3. Presença da visão
Deus está presente em todas as partes por essência, presença e potência, mas não Se deixa ver. No Céu, com a visão beatífica pode considerar-se como presença especial de Deus, distinta das demais, porque Deus deixa-Se ver.
4. Presença de imensidade
Deus está realmente presente em todas as partes e em todas as coisas. Não existe um lugar ou criatura onde Deus não Se encontra, mesmo tratando-se de uma pedra ou até um demônio. Ele poderá estar presente por essência (dando o ser), por presença (permanecendo sempre ante seu divino olhar) e por potência (submetendo inteiramente a seu divino poder).
5. Presença de inabitação
É a presença íntima de Deus, uno e trino, como Pai e Amigo, na alma justificada pela graça.
Qual a diferença entre a presença de inabitação e a presença de imensidade?
Antes de tudo, a presença especial de inabitação pressupõe a presença geral de imensidade, sem a qual aquela não seria possível. Entretanto, é acrescentado a esta presença de imensidade duas coisas fundamentais: a paternidade e a amizade divinas. A primeira decorrente da graça santificante; a segunda, da caridade sobrenatural.
a) A Paternidade
Não se pode dizer que Deus seja Pai das criaturas na ordem puramente natural. Embora todas tenham saído de suas mãos criadoras - se bem que para a criação dos seres vivos, Deus tenha se servido de outras criaturas, como instrumento - Deus torna-Se Autor ou Criador mas não Pai. O artista que esculpir uma estátua em um tronco de madeira será o autor da estátua, mas de modo nenhum será o pai da estátua. Para ser pai é preciso transmitir a própria vida, isto é, a própria natureza específica a outro ser vivente da mesma espécie.
Para Deus ser nosso Pai, além de Criador, era preciso que nos transmitisse sua própria natureza divina em toda a sua plenitude (como em Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus por natureza) ou, ao menos, uma participação real ou verdadeira da mesma (é o caso da alma justificada).
Em virtude da graça santificante, que nos dá uma participação misteriosa, mas muito real e verdadeira, da natureza divina (cfr. 2 Pe1,4), a alma justificada se faz verdadeiramente filha de Deus por uma adoção intrínseca muito superior às adoções humanas, puramente jurídicas e extrínsecas. E a partir deste momento, Deus, que já residia na alma por presença geral de imensidade, começa a estar nela como Pai e a olhá-la como sua verdadeira filha.
A presença de imensidade é comum a tudo quanto existe; a de inabitação, porém, é própria e exclusiva dos filhos de Deus. Supõe sempre a graça santificante, não podendo dar-se sem ela .
b) A Amizade
Juntamente com a graça santificante é infundida na alma a caridade sobrenatural. Esta estabelece uma verdadeira e mútua amizade entre Deus e os homens: é sua própria essência. Deus começa a estar nela não só como Autor, mas também como verdadeiro Amigo.
Portanto, a presença íntima de Deus, uno e trino, como Pai e Amigo, constitui a própria essência da inabitação da Santíssima Trindade na alma justificada pela graça santificante e pela caridade sobrenatural.

Onde tem shalom

SOBRAL
Centro Católico de Evangelização: Rua Dr Monte, 503 - CEP 62040-000 Em frente a Praça do Bosque
Telefone: (88)3695.5188 / 9955-8051
Abrigo São Francisco: R. Boulevard Coronel João Barbosa, 688 - Centro Cep:62.011-790
Telefone: (88)3611-5403